Pedofilia na Web

Artigo cadastrado dia 20/12/2017
Jefferson Campos chama ateno mais uma vez sobre a questo da pedofilia na web, e como isso tem prejudicado e maltratado a vida de milhares de crianas e adolescentes mundo a fora

Uma jovem de 20 anos, chamada Qudsiyah Shah, decidiu disfarçar-se, com uniforme escolar, aparentando ter 14 anos idade e postar vídeos em três dos mais populares aplicativos que permitem transmissões ao vivo: o Periscope, o Live.me e o Omegle. Com isso, testou como é o comportamento dos internautas ao se deparar com crianças e adolescentes na web.

 

O resultado de seu trabalho expõe os riscos diários que crianças e adolescentes correm. Ela classificou o que descobriu como "aterrorizante" e "nojento",  comentários que chocariam até mesmo adultos.

 

Poucos minutos depois de começar a transmitir, já recebeu pedidos para tirar a roupa, alguns de maneira muito explícita. Pedidos para mostrar os seios ou tirar o sutiã, vieram através do Periscope, que tem mais de 10 milhões de usuários. Já no Omegle, um site especializado em videochat, ela optou por usar a seção moderada, que foi desenhada para menores, no entanto, também recebeu muitos comentários impróprios.

 

Novamente falando sobre os danos que os excessos no uso da tecnologia podem trazer para a sociedade, o fato é que há muitos aplicativos de transmissão ao vivo e pouquíssimas ferramentas de controle no seu uso. Para os pedófilos de plantão a web é um campo fértil pronto para a colheita. É difícil identificar os usuários criminosos que se aproveitam da inocência das crianças. A facilidade que abusadores podem entrar em contato com suas potenciais vítimas é muito grande.

 

Essas ferramentas são muito fáceis de baixar e de usar. As imagens ao vivo são transmitidas para o mundo inteiro a partir de qualquer lugar, basta ter um celular nas mãos.  A maioria dos aplicativos tem algum tipo de verificação de idade, mas não muito eficazes.

 

Um repórter da BBC fez uma pesquisa nestes aplicativos usados por crianças e ficou particularmente chocado com os comentários deixados para elas, cujas idades estavam em torno dos 9 anos. Em alguns dos sites analisados, estas crianças são contatadas por adultos. Houve também um caso de uma menina de 9 anos, cujo vídeo estava sendo assistido por cerca de mil pessoas, e os comentários eram extremamente desagradáveis e obscenos.

 

 

 

 

Uma vez que as crianças idolatram os vloggers (videobloggers) e youtubers, é fácil entender porque elas buscam estes sites, eles são imediatos e parecem divertidos.

 

O jornalista encerra seu depoimento com a seguinte questão:

 

Mas o crescimento desses aplicativos enseja uma pergunta séria para a indústria tecnológica: quando você cria um app que permite que crianças publiquem vídeos a partir de seus quartos, é realmente possível mantê-las a salvo?

 

E eu encerro este discurso meditando com os senhores: De que maneiras podemos proteger nossas crianças e adolescentes destes lobos que se escondem atrás de uma máquina para dilacerar com a sua inocência?

 

Vamos trabalhar seriamente neste propósito de coibir este tipo de iniciativa no nosso país!

 

 

* Artigo extraído de discurso apresentado na Câmara Federal.

 

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