A entrega de Cristo pela humanidade

Artigo cadastrado dia 29/03/2018
Jefferson Campos fala sobre o verdadeiro sentido da Pscoa, e chama ateno para entendermos que tempo para lembrarmos o quo possvel , nos entregarmos em favor do prximo

Fazendo minha leitura diária hoje, deparei-me com uma notícia interessante, historiadores, após muita pesquisa, descobriram que as feições de Cristo eram bastante diferentes daquilo que a cultura ocidental massificou em nossas mentes, o Filho de Deus não tinha nem os olhos azuis e tão pouco era loiro.

 

Obviamente que quem convive de longa data com as escrituras já sabe disso, porém, como estamos às vésperas do feriado santo, gostaria de dissertar sobre o salvador de nossas almas.

 

Artistas europeus, ao longo dos séculos, eternizaram para Cristo uma figura angelical, diria até frágil, de olhos azuis, pele alva e cabelos claros, algo parecido com muitos dos cidadãos com os quais estes artistas se deparavam em seu cotidiano. No entanto, estes traços não eram comuns entre os judeus contemporâneos a Jesus.

 

Em todo o conteúdo bíblico, raramente a aparência de alguém importava, sobre poucos personagens se sabia algo. Saul, o primeiro rei, era alto, se sobressaia aos demais pela estatura. Davi era ruivo, seu filho Absalão, tinha uma vasta cabeleira (e morreu por causa dela), Eliseu era calvo. Mas o que era mais marcante em Jesus eram justamente suas palavras, seus ensinamentos, pois a Bíblia afirma, em Isaías 53, que ele nem era belo e nem tinha boa aparência:

 

“Quem deu crédito à nossa pregação? E a quem se manifestou o braço do SENHOR?

Porque foi subindo como renovo perante ele, e como raiz de uma terra seca; não tinha beleza nem formosura e, olhando nós para ele, não havia boa aparência nele, para que o desejássemos.

Era desprezado, e o mais rejeitado entre os homens, homem de dores, e experimentado nos trabalhos; e, como um de quem os homens escondiam o rosto, era desprezado, e não fizemos dele caso algum.

Verdadeiramente ele tomou sobre si as nossas enfermidades, e as nossas dores levou sobre si; e nós o reputávamos por aflito, ferido de Deus, e oprimido.

Mas ele foi ferido por causa das nossas transgressões, e moído por causa das nossas iniquidades; o castigo que nos traz a paz estava sobre ele, e pelas suas pisaduras fomos sarados.”

 

Isaías 53:1-5

 

O fato é que sua aparência ocupou o tempo de trabalho de muitos pesquisadores ao ponto de uma escritora e teóloga lançar um livro intitulado: What Did Jesus Look Like? ou, traduzindo, Como Jesus se parecia?

 

Em 2001, o especialista forense em reconstruções faciais britânico Richard Neave utilizou conhecimentos científicos para chegar a uma imagem mais aproximada da realidade para um documentário produzido pela BBC. Utilizando três crânios do século 1, que pertencem a antigos habitantes da mesma região onde Jesus teria vivido, ele e sua equipe recriaram, como seria um rosto típico daquele contexto. Os esqueletos de judeus dessa época mostram que a altura média era de 1,60 m e que a grande maioria deles pesava pouco mais de 50 quilos. Segundo a pesquisa, os judeus da época eram biologicamente semelhantes aos judeus iraquianos atuais, sendo assim, ele provavelmente tinha cabelos castanho-escuros ou pretos, olhos castanhos, pele morena.

 

O grande fato é que pouca diferença isso faz.

 

O que realmente mudou o mundo e o transformou no que vivemos hoje foi a entrega de Cristo pela humanidade e isto é o que celebraremos neste final de semana. No tempo em que Jesus veio ao mundo não havia globalização ainda, contudo, sua história é conhecida em todas as partes da Terra. E é inegável que seu sacrifício trouxe para o homem uma nova perspectiva da vida, um novo entendimento.

 

Por isso, hoje, discurso aqui sobre este homem, que não era bonito, não era alto e nem chamava atenção ao adentrar a um recinto, mas que quando penetra no profundo de nossa mente é capaz de sacar toda a nossa impureza e nos deixar limpos e sarados. É esta a reflexão que este tempo de páscoa nos traz. Estes dias não são uma desculpa para trocarmos chocolates, mas sim, um tempo para lembrarmos que é possível sim nos entregarmos em favor do próximo.

 

 

* Artigo extraído de discurso apresentado na Câmara Federal.

 

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